Sei que o vírus não dará trégua para podermos, ainda que por um curto espaço de tempo, circular livremente pela Cidade, visitar parentes, abraçar os amigos sem risco, remorsos e sem sermos inconsequentes. Dele, vírus, não espero nada.
Espero sim, daqueles que possuem o poder institucional de conduzir o futuro do País, dos Estados e dos Municípios; espero sabedoria para negociarem um período de trégua para definirem, de forma coerente, técnica e ponderada, as medidas que podem e devem ser tomadas para combater o vírus, oferecer atendimento médico ao povo brasileiro e não estagnar a economia.
Trégua para pararem de lançar, uns contra os outros, ofensas e ataques que somente alimentam a sensação de descontrole da situação e um profundo desalento para a população que acaba sofrendo, uma vez mais, as malezas da polarização política.
Trégua para as notícias catastróficas. Sem ignorar a evolução do número de contaminados, das mortes e da estrutura de saúde em estágio de colapso, também precisamos conhecer os números vitoriosos de cura; o número de atendimentos exitosos que são feitos pelos grandes heróis da nação que são os profissionais da saúde e todos aqueles que lhes dão o suporte para desempenharem seus ofícios.
Trégua aos empreendedores que geram empregos e riqueza, flexibilizando a cobrança de tributos diretos que não estão sendo possíveis de serem pagos por estarem proibidos de trabalhar.
Se para a inciativa privada foi possível promover a redução dos salários para manutenção dos empregos, o mesmo deveria ser feito aos funcionários públicos, a começar por todo o primeiro escalão do Poder Executivo, por todos os parlamentares (Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais e Vereadores) e de todos os Juízes e Promotores de Justiças. Reduzam seus proventos para serem destinados ao Fundo Emergencial.
Trégua.
Por 6 meses, apenas medidas propositivas visando construção. Sem ataques, sem adjetivações, sem ofensas, sem partidarismo e sem eleições do próximo ano, afinal, isso não salva pessoas; isso não mata o vírus. Isso mata a Nação.
- Marcelo Manhães
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